Como o professor pode ajudar o aluno com autismo: estratégias práticas para o dia a dia escolar
A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas é uma realidade que exige preparo, conhecimento e ações práticas.
Neste post, apresentamos formas objetivas de como o professor pode ajudar o aluno com autismo dentro da sala de aula.

1. Compreensão individualizada do aluno
Cada aluno com autismo apresenta características únicas. Conhecer o estudante vai além do diagnóstico. Observar seu comportamento, conversar com a família e com os profissionais que o acompanham é essencial.
Ação prática: mantenha um registro simples com anotações sobre as preferências, dificuldades e avanços do aluno.
2. Uso de rotinas visuais
Alunos com TEA costumam ter mais facilidade de compreensão quando há previsibilidade. Rotinas visuais ajudam na organização e reduzem a ansiedade.
Como aplicar: crie um quadro de rotina com imagens ou fotos representando as atividades do dia.
3. Adaptação das atividades sem alterar os objetivos
Adaptar não é simplificar, é tornar o conteúdo acessível. O foco deve ser manter os mesmos objetivos pedagógicos, mas com formas diferentes de execução.
Exemplo: se a turma vai produzir um texto, o aluno com TEA pode usar figuras para montar uma sequência lógica e descrever oralmente.
4. Comunicação clara e objetiva
Evite metáforas, ironias ou instruções com múltiplos comandos. Utilize frases simples, diretas e, quando possível, acompanhe com imagens.
Exemplo: em vez de “capriche bastante”, diga “escreva com a letra bem formada, sem rasurar”.
5. Organização sensorial do ambiente
Ambientes muito barulhentos ou com estímulos excessivos podem gerar desconforto. O ideal é manter um espaço organizado, com iluminação adequada e poucos estímulos visuais desnecessários.
Sugestão: reserve um canto da sala com almofadas ou brinquedos sensoriais para momentos de regulação emocional.
6. Trabalho com a turma sobre respeito à diversidade
Para que a inclusão aconteça de forma real, os colegas também precisam ser orientados sobre empatia, respeito e convivência com as diferenças.
Atividade possível: leitura de histórias sobre diversidade e rodas de conversa.
7. Parceria com a equipe escolar e a família
O professor precisa estar em diálogo constante com os responsáveis, o AEE (atendimento educacional especializado) e a equipe pedagógica. A troca de informações ajuda a ajustar as estratégias com base na rotina escolar e familiar.
8. Atividades adaptadas para alunos com autismo
A escolha das atividades deve considerar o perfil sensorial, cognitivo e social do aluno. É importante oferecer propostas variadas, que favoreçam tanto o desenvolvimento acadêmico quanto as habilidades socioemocionais.
Atividades escritas adaptadas:
-
Tarefas com espaços maiores para escrita
-
Exercícios com apoio visual (figuras, pictogramas, setas indicando a ordem)
-
Atividades com poucas instruções por vez, organizadas de forma sequencial
Atividades lúdicas:
-
Jogos de pareamento (figura-palavra, som-imagem)
-
Quebra-cabeças simples
-
Atividades com massinha, pintura com os dedos, encaixes e blocos de montar
Atividades de interação social:
-
Dramatizações com apoio visual ou bonecos
-
Rodas de conversa com mediação e regras claras
-
Dinâmicas em dupla (jogo da mímica, troca de cartões com mensagens simples)
Dica importante: mantenha o foco no objetivo pedagógico da atividade, mas esteja sempre disposto a flexibilizar o formato. O importante é garantir o acesso do aluno ao conteúdo, respeitando seu ritmo e suas formas de expressão.
Conclusão
Entender como o professor pode ajudar o aluno com autismo é essencial para garantir uma aprendizagem significativa e respeitosa. A escola precisa se adaptar ao estudante, e não o contrário. Com ações objetivas, é possível construir um ambiente de aprendizagem acessível e funcional.

Sumário
Toggle